Dificuldades na Aprendizagem da Leitura Vitor Cruz Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa VCruz@fmh.utl.pt
É consensual entre os investigadores que a leitura é uma competência básica na sociedade actual que, tal como outras actividades linguísticas, é um processo altamente complexo que se prolonga ao longo de todo o percurso escolar e até da vida da pessoa, pois aprender a ler é um processo a longo termo (Rebelo, 1993; Sim-Sim, 1997; Martins, 1996; Morais, 1997; Lyon, 1998; National Reading Panel, 2000; NCLB, 2001; Snow, 2002; Shaywitz, 2003). A leitura constitui assim a base de todas as aprendizagens escolares, o que a torna um tema de grande relevância e pertinência, motivo pelo qual o ensino da leitura tem sido e continua a ser um tema capital da escola, um assunto que cria grandes dúvidas e expectativas a pais, professores, políticos e sociedade em geral (Fonseca, 1999; Morais, 1997; Lyon, 1998; Shaywitz, 2003). De acordo com Lyon (1998), a leitura hábil é mesmo a mais fundamental habilidade académica para todas as aprendizagens escolares, profissionais e sociais, pois o saber ler funciona como a principal avenida para aprender as ciências, a matemática, a história, bem como o conhecimento acerca da arte ou de outras culturas e sociedades. Mais ainda, o fracasso ou insucesso escolar têm consequências devastadoras ao nível da auto-estima, do desenvolvimento social e das oportunidades para aceder a níveis superiores de ensino ou de emprego (Fonseca, 1999; Lyon, 2003), verificando-se que estas consequências se tornam mais evidentes quando nos referimos a crianças que falham na aprendizagem da leitura (Lyon, 2003). Deste modo, qualquer défice que surja ao nível das competências na leitura poderá comprometer o sucesso académico, profissional e social da pessoa e até da própria comunidade onde ela está inserida (Martins, 1996; Morais, 1997; Fonseca, 1999; Lyon, 1998; Bishop, 2003), pois a leitura é uma questão pública e um acto social (Morais, 1997; Lyon, 2003). Lyon (2003) vai mesmo mais longe e diz-nos que para além de ser uma preocupação educativa fundamental nas escolas de hoje, o ensinar e o aprender a ler é também uma questão de saúde pública. Na realidade, se as crianças não aprendem a ler, para depois lerem para aprenderem, as suas oportunidades para alcançarem uma vida gratificante e repleta ficam seriamente comprometidas (Fonseca, 1999; Lyon, 2003). No entanto, não obstante o aprender a ler ser a tarefa mais importante que as crianças têm de realizar durante os primeiros anos de escolaridade, e de a maior parte das crianças aprende a ler sem grandes problemas ou dificuldades, existem algumas crianças que durante os quatro anos iniciais de escolaridade manifestam atrasos e desvios na aprendizagem da leitura, comprometendo assim o seu sucesso escolar (Fonseca, 1999; Martins, 1996; National Reading Panel, 2000; Bishop, 2003; Shaywitz, 2003). Na realidade, apesar de a instrução ser a adequada, são muitas as crianças que falham no que diz respeito ao alcançar níveis funcionais de leitura no final do primeiro ano. Mais ainda, se não forem ultrapassadas, estas falhas podem mesmo levar a défices cumulativos tanto na leitura como em outras áreas de funcionamento académico e cognitivo. Assim, surge como natural a importância e a preocupação com a intervenção precoce no âmbito da leitura. No entanto, quando consideramos a intervenção precoce existem dois problemas que têm de ser considerados. Um diz respeito à identificação das crianças em risco, ainda antes de surgirem os problemas no complexo comportamento que é a leitura, e o outro refere-se à escolha do programa de reeducação. Deste modo, em primeiro lugar a identificação precoce é central para a prevenção da iliteracia, pois quanto mais cedo ocorrer melhores serão os resultados de um processos de intervenção educativa e/ou reeducativa. Por exemplo Lyon (1998) e Lyon & Chhabra (2004) dizem-nos que 90% a 95% das crianças que entram no jardim de infância e na pré-escola em risco de falharem na aprendizagem da leitura, podem aprender a ler a um nível médio ou superior se forem identificadas precocemente e se lhes forem fornecidas instruções sistemáticas, intensivas e intencionais. Por outro lado, autores como Foorman, Francis, Shaywitz, Shaywitz & Fletcher (1997) referem-nos que 82% das crianças com dificuldades na aprendizagem da leitura conseguem tornar-se leitores com sucesso se a intervenção reeducativa for fornecida nos primeiros anos, mas essa percentagem desce para 10% a 15% em momentos posteriores. No entanto, para além da identificação precoce, é fulcral que a escolha do programa de educação ou reeducação seja criteriosa, pois sabemos que não existe nenhuma abordagem que isoladamente resolva todas as dificuldades na leitura. Deste modo, o problema da educação ou reeducação da leitura não se prende com a escolha do melhor método ou ideologia, mas sim com a definição das instruções mais efectivas. Ou seja, podemos dizer que o melhor processo de ensino da leitura é aquele onde as interacções multivariadas entre os processos e os produtos são orientadas e organizadas tendo por base a questão: Que alunos precisam do quê, quando, durante quanto tempo, com que tipo de instruções e em que tipo de contextos ? Assim, pais, educadores, professores, investigadores, etc., precisam de unir e orientar as suas forças e trabalho para a identificação, prevenção e reeducação das dificuldades na leitura, pois a maioria destas dificuldades podem ser prevenidas através de um conjunto de actividades e instruções que traduzam e implementam o que sabemos sobre como se aprende e como se ensina a ler, e que tanto podem ser realizadas em casa, como no jardim de infância ou na escola. Na realidade, a investigação no âmbito da leitura deve ter presentes três preocupações, nomeadamente a identificação precoce, a prevenção e a reeducação, pois é absolutamente necessário ter em consideração que as crianças em risco de manifestarem problemas na aprendizagem da leitura e as crianças com dificuldades na leitura podem aprender a ler desde que sejam identificadas cedo e lhes sejam providenciadas instruções adequadas, sistemáticas, explícitas e intensivas.
5. Referências Bibliográficas Bishop, A. G. (2003). Prediction of First-Grade Reading Achievement: A Comparison of Fall and Winter Kindergarten Screenings. Learning Disability Quarterly, 26 (Summer), 189-214. Fonseca, V. (1999). Insucesso Escolar – Abordagem Psicopedagógica das Dificuldades de Aprendizagem. Lisboa: Âncora. Foorman, B. R, Francis, D. J., Shaywitz, S. E., Shaywitz, B. A. & Fletcher, J. M. (1997). The Case for Early Reading Intervention. In B. Blachman (Ed.), Foundations of Reading Acquisition and Dyslexia: Implications for Early Intervention (pp. 243--264). New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates. Lyon, G. R. (1998). Overview of Reading and Literacy Initiatives: Statement of G Reid Lyon. Testimony before the Senate Committee on Labor and Human Resources. Washington, DC. http://156.40.88.3/publications/pubs/jeffords.htm. Lyon, G. R. (2003). Reading Disabilities: Why Do Some Children Have Difficulty Learning to Read ? What Can Be Dobe About It ?. Perspectives. 29 (2). Lyon, G. R. & Chhabra, V. (2004). The Science of Reading Research. Educational Leadership, 61 (6), 12-17.
Martins, M. A. (1996). Pré-História da Aprendizagem da Leitura. Lisboa: Instituto Superior de Psicologia Aplicada. Morais, J. (1997). A Arte de Ler – Psicologia Cognitiva da Leitura. Lisboa: Edições Cosmos. National Reading Panel (2000). Teaching Children to Read: An Evidence-Based Assessment of the Scientific Research Literature on Reading and Its Implications for Reading Instruction. National Institute for Literacy. NCLB (2001). The Facts About… Reading Achievement. www.NoChildLeftBehind.gov. Rebelo, J. A. S. (1993). Dificuldades da Leitura e da Escrita em Alunos do Ensino Básico. Rio Tinto: Edições ASA. Shaywitz, S. (2003). Overcaming Dyslexia: A New and Complete Science-Based Program for Overcaming Reading Problems at Any Level. Knopf. Sim-Sim, I. (1997). Avaliação da Linguagem Oral: Um Contributo para o Conhecimento do desenvolvimento linguístico das crianças portuguesas. Lisboa: Fundação Caloute Gulbenkian. Snow, C. (2002). Reading for Understanding: Toward a research and Development Program in Reading Comprehension. Santa Monica: RAND
O Blogger informainclui foi criado nas aulas de TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação), pelas alunas do mestrado em Educação Especial: Catherine Borlido e Cecília Pereira, orientadas pelo Prof. Dr. António Osório, na Universidade do Minho. Informainclui convida os alunos das turmas do Mestrado da Educação Especial: Dificuldade de Aprendizagem e Intervenção Precoce, como a todos os interessados, pais, educadores e amigos, para participar e fazer parte da Sala de Convívio. Na Sala de Convivio iremos: abordar os temas - Educação Inclusiva, leis, apoios à pessoas com NEE (Necessidades Educativas Especiais) e DAE (Dificuldades de Aprendizagem Específicas); falar sobre cada NEE e DAE; trocar idéias e experiências; partilhar dúvidas e conhecimento; informar sites interessantes, congressos e cursos. Como também, utilizá-la como um espaço descontraído para anexar imagens, filmes e músicas, relativos a esses assuntos; e assim, incluir a todos nessa nova filosofia de educação.
O nosso blog esta dividido em seis partes principais: -"Para Ler" (onde publicaremos nossos textos); -"Textos, textos e mais textos..." (para vcs publicarem pequenos textos que podem ser futuramente disponibilizados no espaço Para Ler); - "Você Sabia?" (espaço reservado para novidades que envolvem a educação especial); - "Dê a sua opinião" (para debatermos polêmicas educativas); - "Relate um caso" (local para troca de experiências e práticas)e - "Contatos" (para divulgarmos nosso trabalho). Também inserimos: sites, blogger`s, notícias, fotos, vídeos e música para discontrair. Para participar é só clicar em comentários. (Temos duas páginas: Página inicial e mensagens antigas) Contamos com a participação de todos.
2 comentários:
Dificuldades na Aprendizagem da Leitura
Vitor Cruz
Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa
VCruz@fmh.utl.pt
É consensual entre os investigadores que a leitura é uma competência básica na sociedade actual que, tal como outras actividades linguísticas, é um processo altamente complexo que se prolonga ao longo de todo o percurso escolar e até da vida da pessoa, pois aprender a ler é um processo a longo termo (Rebelo, 1993; Sim-Sim, 1997; Martins, 1996; Morais, 1997; Lyon, 1998; National Reading Panel, 2000; NCLB, 2001; Snow, 2002; Shaywitz, 2003).
A leitura constitui assim a base de todas as aprendizagens escolares, o que a torna um tema de grande relevância e pertinência, motivo pelo qual o ensino da leitura tem sido e continua a ser um tema capital da escola, um assunto que cria grandes dúvidas e expectativas a pais, professores, políticos e sociedade em geral (Fonseca, 1999; Morais, 1997; Lyon, 1998; Shaywitz, 2003).
De acordo com Lyon (1998), a leitura hábil é mesmo a mais fundamental habilidade académica para todas as aprendizagens escolares, profissionais e sociais, pois o saber ler funciona como a principal avenida para aprender as ciências, a matemática, a história, bem como o conhecimento acerca da arte ou de outras culturas e sociedades.
Mais ainda, o fracasso ou insucesso escolar têm consequências devastadoras ao nível da auto-estima, do desenvolvimento social e das oportunidades para aceder a níveis superiores de ensino ou de emprego (Fonseca, 1999; Lyon, 2003), verificando-se que estas consequências se tornam mais evidentes quando nos referimos a crianças que falham na aprendizagem da leitura (Lyon, 2003).
Deste modo, qualquer défice que surja ao nível das competências na leitura poderá comprometer o sucesso académico, profissional e social da pessoa e até da própria comunidade onde ela está inserida (Martins, 1996; Morais, 1997; Fonseca, 1999; Lyon, 1998; Bishop, 2003), pois a leitura é uma questão pública e um acto social (Morais, 1997; Lyon, 2003).
Lyon (2003) vai mesmo mais longe e diz-nos que para além de ser uma preocupação educativa fundamental nas escolas de hoje, o ensinar e o aprender a ler é também uma questão de saúde pública. Na realidade, se as crianças não aprendem a ler, para depois lerem para aprenderem, as suas oportunidades para alcançarem uma vida gratificante e repleta ficam seriamente comprometidas (Fonseca, 1999; Lyon, 2003).
No entanto, não obstante o aprender a ler ser a tarefa mais importante que as crianças têm de realizar durante os primeiros anos de escolaridade, e de a maior parte das crianças aprende a ler sem grandes problemas ou dificuldades, existem algumas crianças que durante os quatro anos iniciais de escolaridade manifestam atrasos e desvios na aprendizagem da leitura, comprometendo assim o seu sucesso escolar (Fonseca, 1999; Martins, 1996; National Reading Panel, 2000; Bishop, 2003; Shaywitz, 2003).
Na realidade, apesar de a instrução ser a adequada, são muitas as crianças que falham no que diz respeito ao alcançar níveis funcionais de leitura no final do primeiro ano. Mais ainda, se não forem ultrapassadas, estas falhas podem mesmo levar a défices cumulativos tanto na leitura como em outras áreas de funcionamento académico e cognitivo.
Assim, surge como natural a importância e a preocupação com a intervenção precoce no âmbito da leitura. No entanto, quando consideramos a intervenção precoce existem dois problemas que têm de ser considerados. Um diz respeito à identificação das crianças em risco, ainda antes de surgirem os problemas no complexo comportamento que é a leitura, e o outro refere-se à escolha do programa de reeducação.
Deste modo, em primeiro lugar a identificação precoce é central para a prevenção da iliteracia, pois quanto mais cedo ocorrer melhores serão os resultados de um processos de intervenção educativa e/ou reeducativa.
Por exemplo Lyon (1998) e Lyon & Chhabra (2004) dizem-nos que 90% a 95% das crianças que entram no jardim de infância e na pré-escola em risco de falharem na aprendizagem da leitura, podem aprender a ler a um nível médio ou superior se forem identificadas precocemente e se lhes forem fornecidas instruções sistemáticas, intensivas e intencionais.
Por outro lado, autores como Foorman, Francis, Shaywitz, Shaywitz & Fletcher (1997) referem-nos que 82% das crianças com dificuldades na aprendizagem da leitura conseguem tornar-se leitores com sucesso se a intervenção reeducativa for fornecida nos primeiros anos, mas essa percentagem desce para 10% a 15% em momentos posteriores.
No entanto, para além da identificação precoce, é fulcral que a escolha do programa de educação ou reeducação seja criteriosa, pois sabemos que não existe nenhuma abordagem que isoladamente resolva todas as dificuldades na leitura.
Deste modo, o problema da educação ou reeducação da leitura não se prende com a escolha do melhor método ou ideologia, mas sim com a definição das instruções mais efectivas.
Ou seja, podemos dizer que o melhor processo de ensino da leitura é aquele onde as interacções multivariadas entre os processos e os produtos são orientadas e organizadas tendo por base a questão: Que alunos precisam do quê, quando, durante quanto tempo, com que tipo de instruções e em que tipo de contextos ?
Assim, pais, educadores, professores, investigadores, etc., precisam de unir e orientar as suas forças e trabalho para a identificação, prevenção e reeducação das dificuldades na leitura, pois a maioria destas dificuldades podem ser prevenidas através de um conjunto de actividades e instruções que traduzam e implementam o que sabemos sobre como se aprende e como se ensina a ler, e que tanto podem ser realizadas em casa, como no jardim de infância ou na escola.
Na realidade, a investigação no âmbito da leitura deve ter presentes três preocupações, nomeadamente a identificação precoce, a prevenção e a reeducação, pois é absolutamente necessário ter em consideração que as crianças em risco de manifestarem problemas na aprendizagem da leitura e as crianças com dificuldades na leitura podem aprender a ler desde que sejam identificadas cedo e lhes sejam providenciadas instruções adequadas, sistemáticas, explícitas e intensivas.
5. Referências Bibliográficas
Bishop, A. G. (2003). Prediction of First-Grade Reading Achievement: A Comparison of Fall and Winter Kindergarten Screenings. Learning Disability Quarterly, 26 (Summer), 189-214.
Fonseca, V. (1999). Insucesso Escolar – Abordagem Psicopedagógica das Dificuldades de Aprendizagem. Lisboa: Âncora.
Foorman, B. R, Francis, D. J., Shaywitz, S. E., Shaywitz, B. A. & Fletcher, J. M. (1997). The Case for Early Reading Intervention. In B. Blachman (Ed.), Foundations of Reading Acquisition and Dyslexia: Implications for Early Intervention (pp. 243--264). New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates.
Lyon, G. R. (1998). Overview of Reading and Literacy Initiatives: Statement of G Reid Lyon. Testimony before the Senate Committee on Labor and Human Resources. Washington, DC. http://156.40.88.3/publications/pubs/jeffords.htm.
Lyon, G. R. (2003). Reading Disabilities: Why Do Some Children Have Difficulty Learning to Read ? What Can Be Dobe About It ?. Perspectives. 29 (2).
Lyon, G. R. & Chhabra, V. (2004). The Science of Reading Research. Educational Leadership, 61 (6), 12-17.
Martins, M. A. (1996). Pré-História da Aprendizagem da Leitura. Lisboa: Instituto Superior de Psicologia Aplicada.
Morais, J. (1997). A Arte de Ler – Psicologia Cognitiva da Leitura. Lisboa: Edições Cosmos.
National Reading Panel (2000). Teaching Children to Read: An Evidence-Based Assessment of the Scientific Research Literature on Reading and Its Implications for Reading Instruction. National Institute for Literacy.
NCLB (2001). The Facts About… Reading Achievement. www.NoChildLeftBehind.gov.
Rebelo, J. A. S. (1993). Dificuldades da Leitura e da Escrita em Alunos do Ensino Básico. Rio Tinto: Edições ASA.
Shaywitz, S. (2003). Overcaming Dyslexia: A New and Complete Science-Based Program for Overcaming Reading Problems at Any Level. Knopf.
Sim-Sim, I. (1997). Avaliação da Linguagem Oral: Um Contributo para o Conhecimento do desenvolvimento linguístico das crianças portuguesas. Lisboa: Fundação Caloute Gulbenkian.
Snow, C. (2002). Reading for Understanding: Toward a research and Development Program in Reading Comprehension. Santa Monica: RAND
Agradecemos ao Dr. Vitor Cruz, por sua participação.
Obrigada,
Cecilia Santos e Catherine Borlido.
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