12 de janeiro de 2008

Relate um caso

Este espaço esta aberto para troca de experiências, sobre as N.E.E.

Relate um caso de sucesso ou um caso de insucesso (porém neste, proponha algo que poderia ter sido feito, para obter um melhor trabalho).

Agradecemos as colaborações.

6 comentários:

Unknown disse...

Olá! Parabéns pela iniciativa, penso que este espaço será mto válido msm dpois d concluída a matéria, será possível o relato d casos msm durante o mestrado, parabéns.
Amanda.

maria disse...

Para que este espaço, não seja mais um espaço de histórias de sucesso ou de ilusões eu venho partilhar uma história, e uma história real, perfeitamente inacreditável.
Conheço um caso de uma escola em que diz acolher jovens com deficiência, mas que na realidade os discrimina e maltrata. Posso não ter formação, nem jeito para escrever, mas a história é tão horrível que não é preciso palavras caras.
Para além de receberem, durante algum tempo, da segurança social dinheiro, de miúdos que já não frequentam essa escola, para além de darem comida fora de validade, para além de mentirem publicamente em programas de rádio e de televisão, para além de antes estarem num espaço sem uma sequer janela, para além de mendigarem tudo o que têm naquela escola ainda há muito mais.
Agora o antigo sítio onde estavam fechou e a Câmara disponibilizou uma escola primária. A Presidente dessa instituição tinha pensado em abandonar a instituição, mas assim que soube que pouparia 500 contos de renda por mês, logo quis ficar. Pensou-se que com mais 500 contos tudo iria melhorar, mas foi um engano, porque continua-se a mendigar, a dar batatas fritas de pacote ao almoço e a não ter a menor sensibilidade.
O que pergunto é para onde raio vai o dinheiro? Alguns dos pais dão dinheiro, a segurança social dá dinheiro, os sócios dão dinheiro, a comunidade dá bens, a câmara dá espaço… Não entendo. Enquanto isto acontece, a Presidente compra Mercedes e boas roupas, vai de férias e inventa leis discriminatórias que é o que mais me preocupa:
- Nem todos podem entrar na escola, nem todos os pais, nem antigos funcionários, ou estagiários, nem visitantes (o que escondem?);
- Nem todos os pais são chamados às reuniões;
- Os miúdos estão “enjaulados” e não podem ir até às grades falar com ninguém sem ouvir um grito ou uma recriminação;
- Escondiam-se os iogurtes fora da validade quando havia uma visita da segurança social;
- Insultavam-se os seus empregados, tanto que nenhum dos que estavam lá, está ainda;
- Mandou meninos de ambulância sozinhos para o hospital, meninos que não sabiam falar. Não percebo de leis, mas acho que é proibido;
- Uma das alunas anda, mas estava sempre presa, amarrada mesmo, porque certamente dá muito trabalho, já não frequenta essa escola;
- Agora o cúmulo dos cúmulos: expulsou alunos da escola sem dar explicações credíveis, só porque lhe apeteceu, ao fim de muitos anos e muitos anos, as mães têm que largar os trabalhos e ficar com os filhos que foram postos na rua (um deles alegou que era por ter crises de epilepsia e não ter condições, mas só se lembrou disso sete anos depois);
Agora vejo este site que fala de inclusão e necessidades educativas especiais… A mim tudo me parece uma farsa. É só blá, blá, porque toda a gente dessa zona sabe destas histórias, segurança social, gente da câmara, ex-trabalhadores, pais, e toda a comunidade. Sobretudo agora que a escola se mudou para uma pequena aldeia, pequena mas atenta.
O que se pode fazer, sem ser só falar? Porque este assunto já é mais do que falado, já toda a gente conhece esta história.

A INSTITUIÇÃO CHAMA-SE “CRIANÇA DIFERENTE” TEM UM POLO NA MAIA E OUTRO EM VIANA DO CASTELO.
E A MARIA É UMA MÃE…

Tiago Lopes disse...

Um caso de sucesso: eu mesmo. Depois de um AVC fiquei muito condicionado fisicamente, na fala e na mobilidade dos membros superiores e inferiores. Graças à ajuda da minha família, não baixei os braços e continuo a lutar. Sei que a minha vida nunca vai ser a mesma e que tenho muita sorte por a minha família ter condições. Ser deficiente num Pais como o nosso é quase como ser judeu no tempo dos nazis... O que se poderia ter feito para ser melhor? Em vez de ter o apoio da minha família, que nem todos têm, devia ter o apoio da comunidade em geral. Tiago Lopes

Unknown disse...

Cecília
Parabéns pelo blog! Pensar sozinho não produz ação, mas nos vinculando a outros educadores com quem nos identificamos, temos força para sonhar com um mundo melhor.
Você conhece minha experiência pedagógica, mas deixo este relato como testemunho.
Desenvolvi uma pesquisa acerca do "ensino da leitura", teorizando a partir da Lingüística Textual e da Análise do Discurso, e pretendia provar a eficácia de estratégias de desenvolvimento da competência de linguagem de crianças, adolescentes e adultos. Vários resultados foram surpreendentes, mas um emocionou até mesmo a banca de argüição durante a defesa da tese.
Um menino autista, aluno de Cecília Pereira em uma classe de inclusão de 1a. série, ao participar de uma atividade de Oficina de Textos, foi capaz de expressar, "via personagem", seus desejos e anseios. O livro usado, na ocasião, foi "Flicts", de Ziraldo, que fala de uma cor, "sem lugar no mundo", pois nada possuía a cor flicts. A pesquisa tinha como um de seus objetivos provar a existência de uma competência "fruitiva", que permite o leitor, se bem "formado" a completa "adesão" ao projeto poético de um texto, sendo capaz de "deixar-se afetar" pela emoção trazida pela literariedade. A resposta mais intrigante foi justamente a do menino autista! Enquanto os outros alunos, que não sofriam discriminação, como a personagem, associavam as palavras "preconceito", "egoísmo", "chatice" à história, ele mencionou a palavra "tristeza" e, referindo-se a si mesmo com o nome Kaká, seu ídolo no futebol, expressou o quanto era aquele o sentimento com que identificava a história (o SEU sentimento como discriminado, identificando-se com a personagem).
Conclusão: é no processo inclusivo, recebendo o mesmo tratamento de outras crianças, que o autista teve a oportunidade de desenvolver sua potencialidade, numa "zona de desenvolvimento proximal" não existente se isolado em casa, ou em meio de outros autistas, seus "pares", apresentando a mesma dificuldade que ele. Com a "fruição" experimentada durante a atividade, tendo sido "afetado" pela história e sentindo-se à vontade no grupo, pôde, então, se expressar como os outros, COM os outros.
A reação desse menino à atividade trouxe à pesquisa a certeza da importância do desenvolvimento das competências de linguagem, sobretudo em grupos heterogêneos, pois todos somos iguais, por isso nos identificamos uns com os outros... mas diferentes também, com nossas visões únicas sobre o mundo e sobre a vida!

Um beijo para a dupla responsável pelo blog!

Ana Rita disse...

Descobri este site qd procurava algo mais sobre hiperactividade, porque quando eu digo que um aluno meu tem hiperactividade as pessoas dizem que eu digo isso porque está na moda e ninguém dá muita importância.
Depois de ter visto o site que propoem vejo que não é moda. Antes achava que era uma doença, agora acho que é uma NEE.
Ana Rita Seabra

Maria disse...

Olá

Parabéns pelo blogue.

Maria