8 de janeiro de 2008

Para Ler

Uma breve reflexão sobre crianças “SER”es “PENSA”ntes e “APRENDE”ntes

Toda essa idéia de padronização de escolas, de saberes, de sociedade, necessita de um “basta”. Educadores, professores, famílias, pesquisadores, todos devem começar a perceber que persistiam numa ação, no mínimo, não educativa. Constataram a exclusão social e educacional em que se encontravam. Assim, perceberam a necessidade da inclusão social e educacional das “crianças/alunos/especiais”.
A inclusão vem para modificar a situação das “crianças/alunos” na escola e das “crianças/especiais” em outro espaço que “parece escola”, pois constataram o fracasso dessa segregação. Durante muitos anos os professores da Educação Especial tentaram dar respostas aos alunos com Necessidades Educativas Especiais, retirando-os da sala de aula e ministrando-lhes um ensino individual que, tecnicamente, consideravam como sendo o mais adequado. Em alguns casos até se fazia inclusão em turmas regulares, mas quase sempre os alunos especiais eram retirados de sala para trabalharem individualmente. Muitas vezes, os recursos eram distribuídos de forma desigual e as “crianças/especiais” nunca chegavam a alcançar a sensação de pertencer ao grupo de alunos. Daí o desejo de incluir os alunos não apenas no espaço da escola regular, mas sim, numa verdadeira inclusão com ações mais eficazes. Com estruturas físicas, sociais e educativas para todos, não um programa específico e padronizado, só para cumprir a lei e dizer que estão aceitas as “crianças/especiais”, mas sim, um programa que integre “crianças/alunos/especiais” no espaço educativo, a escola.
A atitude de modificar, de fazer inclusão, de criar ambientes de aprendizagem para “crianças/alunos/especiais” vem ganhando força, dando um novo sentido educação. Não existe sociedade sem doenças, mortes e mal-estar. A inclusão favorece a sociedade, acaba com o estigma da sociedade disciplinar, tão bem analisada por Foucault (1979), “sociedade que está assentada no saber médico, que se apóia no ideal normativo de higiene social. Esse discurso médico-higiênico só cria a ilusão de uma sociedade perfeita”. A inclusão tem o papel de trazer a realidade à tona, assume a sociedade como ela é, assume quem nela vive.
A inclusão passa então a ser vista de um modo diferente, começa-se a pensar: como vamos fazer para vivermos juntos, já que todos nós somos diferentes e necessitamos viver em grupos? Todas as “crianças/aluno/especiais” devem freqüentar escolas; as mesmas escolas dos irmãos, vizinhos, amigos, etc, num mesmo nível etário ou não, mas com objetivos de aprendizagem pertinentes às suas habilidades individuais e interesses, recebendo o apoio necessário para aprender, potencializando suas capacidades.

(Cecilia Santos - 2007)

1 comentário:

Tenylle Silva disse...

Muito boa a iniciativa deste blog!! Parabéns, meninas!!!
Adorei este texto e concordo que por muito tempo pensava-se que se estava fazendo inclusão, mas o que víamos era colocar crianças especiais numa escola ainda deficiente para atender e oferecer uma aprendizagem que focassee nas suas potencialidades e necessidades.